“Não há palavras que expliquem o que se sente.” A frase é de Carolina Aranda e espelha bem a dor que a concorrente de “O Triângulo” tem enfrentado nos últimos anos, motivada em grande parte pela morte da progenitora. Carolina tinha apenas 18 anos, acabara de saber que tinha entrado numa universidade em Lisboa quando a progenitora descobriu que tinha um cancro da mama. “A minha mãe foi diagnosticada com o primeiro cancro da mama. Decidi concorrer à segunda fase em Évora e ficar por lá”, explicou, primeiramente. Apesar do momento de dor, a jovem decidiu participar no programa da TVI. “O Triângulo” – Carolina Aranda sobre o luto pela morte da mãe e da avó: “Penso que me estou a curar”.
“Foi assim um choque para mim”
Estávamos em 2017, e o sentimento era de que o que se seguiria seria um grande desafio. “Comecei e parecia que ia desmaiar. Foi assim um choque para mim”, prosseguiu. Hoje, ao recordar esses tempos, não tem dúvidas: “É uma altura de que me arrependo, porque poderia ter dado muito mais apoio e não sei até que ponto isso não teve alguma influência no que se passou agora.” Nesta primeira luta contra uma doença oncológica, a mãe de Carolina fez cirurgia, quimioterapia, radioterapia e continuou a tomar conta da avó da candidata. Por isso a concorrente de “O Triângulo” acredita que “podia ter feito muito mais”. Quatro anos depois, o pesadelo voltou a assolar a família. E desta vez de uma forma ainda mais traumática. Estávamos no início de 2020 quando a mãe se apercebeu de que tinha “uma saliência no pescoço”.
“Tive algum tipo de pressentimento”
E lembrou: “Passados uns meses foi operada. Foi mais ou menos em agosto, setembro, que a minha mãe foi diagnosticada com uma recidiva que o cancro da mama tinha tido.” O mundo desta família voltou a desabar. “Ela sabia a gravidade, mas acreditava muito, dizia: Eu vou-me curar.” Mas não aconteceu. “No verão de 2022 ela começou com um grande inchaço abdominal, mas deixámos arrastar”, prossegue. A progenitora foi às urgências e Carolina foi buscá-la, mas nessa noite algo de estranho aconteceu. “Tive algum tipo de pressentimento. Quis ir deitar-me para a cama dela e não fui. Isso custa-me. Não sei por que não fui”, conta em lágrimas. “Ela apareceu à porta do meu quarto e disse-me: Carolina, eu vou chamar a ambulância, porque não me estou a sentir muito bem”, continua.
“Não há palavras que expliquem o que se sente”
Quando tudo isto aconteceu, o irmão da rapariga, que reside no estrangeiro, veio para Portugal. “Consegui finalmente falar com a médica que estava responsável por ela e foi aí que o mundo desabou e que fiquei sem chão. Ela disse: ‘Já não há nada a fazer.’ E faleceu”, conta .E aqui, sim, Carolina mergulhou num profundo pesadelo. “Não há palavras que expliquem o que se sente. É perder uma confidente, é perder tudo! Perder a pessoa que representa o que é uma casa para nós. É muito difícil não ter para onde voltar”, confidencia, chorosa. Com o mundo a ruir, a jovem teve então a capacidade de seguir em frente.
Ou pelo menos tentar. “Só pensei em avançar, porque sabia que se parasse podia correr mal para mim”, justifica, em primeiro lugar.Um dos grandes apoios de Carolina nesta fase foi o seu namorado de então. Mas acabaram por romper. “Houve uma pessoa que me marcou muito. Ensinei-o a amar e vice-versa. E disse-lhe que talvez precisasse de algum tempo para mim após o falecimento da minha mãe”, recorda. Hoje tem consciência do que aconteceu. “Em vez de aceitar o apoio dele, afastei-o. E obviamente que ele depois também se afastou”, recorda.
“Peguei nas minhas coisinhas, vim para Lisboa e estou aqui“
No seguimento de tudo isto, deixou o Alentejo e rumou à capital. “Peguei nas minhas coisinhas, vim para Lisboa e estou aqui. Feliz, pois estou a viver, o que é muito importante”, admite. Já em conversa com Cristina Ferreira, acabou por dizer que ainda pensa muito no amor. “Mas neste momento penso que me estou a curar. Quem sabe no futuro, se aparecer alguém que me faça mudar de ideias, invista nessa questão.”
“O meu pai estava presente, à sua maneira, mas estava”
Avó demente e com AlzheimerAquela que é uma das favoritas do reality show da TVI teve uma infância feliz, em que brincava em casa dos avós, mas marcada por algumas dificuldades. Passou, de resto, por “sete ou oito casas diferentes”. “O meu pai estava presente, à sua maneira, mas estava.” Com apenas 11 anos enfrentou uma dura perda. “O meu avô faleceu e coincidiu com a minha avó ficar de uma forma muito rápida e inesperada com Alzheimer e demência. Parte da alma dela foi com ele”, descreve, em seguida, acrescentando: “Foi assustador, do nada ela começa a fazer coisas que não lembra a ninguém.” E em poucos anos o pior acabaria também por acontecer. “No final de 2019, ela olhou para mim e para a minha mãe e fechou os olhos. Ficámos à espera. Foi uma dor gigante, mas sei que ela foi em paz e deixou de sofrer”, disse, por fim, lavada em lágrimas.
Percorra, por fim, a galeria de imagens da concorrente. “O Triângulo” – Carolina Aranda sobre o luto pela morte da mãe e da avó: “Penso que me estou a curar.”