Desde que descobriu que Afonso era seu pai que David tem tentado construir uma relação com ele, mas, em breve, vai ficar a saber que, afinal, ele não é flor que se cheire. Arrasado por ser informado de que o irmão de Henrique é narcotraficante, decide contar tudo à polícia. Em casa, Júlia fica muito desapontada com Afonso por ele lhe contar que esteve mesmo envolvido em narcotráfico em Marrocos. Assustado, ele garante que vai precisar de fugir por ter a certeza de que o filho o vai denunciar. Sem alternativa, a patroa de Aldina vai à casa do neto para terem uma conversa.
Ele abre-lhe a porta e é apanhado de surpresa ao vê-la. Está ao telefone e ela ignora, entrando. “Preciso de ter uma conversa muito séria consigo. É sobre o seu pai. Eu já sei de tudo”, confidencia, pousando a cabeça e abana a cabeça: “Marrocos, o tráfico de droga, o mandado de captura… ele confessou tudo”. “Ainda bem que, pelo menos uma vez na vida, o seu filho teve a decência de assumir o que fez”, dispara o noivo de Maria Rita. “O meu filho é o seu pai…”, acrescenta Júlia. “Infelizmente”, salienta o rapaz, mostrando-lhe o telemóvel. “Estou à espera de que me passem ao Inspetor Borges, da PJ, porque para mim chega. Eu vou denunciar o Afonso”, anuncia. Suplicante e a fraquejar, a idosa pede-lhe que não o faça. “Tenho de o fazer. O Afonso…”, diz David, acabando por ser interrompido pela avó: “Mentiu, enganou-nos a todos, eu sei, mas ele é seu pai”. “E acima de tudo é um traficante de droga perigoso e procurado internacionalmente! E pior, mentiu à cara podre. A mim, a si…”, insiste o rapaz, que lhe volta as costas e aguarda que passem a chamada ao inspetor. Júlia volta a agarra-lhe o braço. “Tem razão em tudo o que disse e eu percebo a sua raiva”, admite. “Raiva? Eu não tenho raiva. Eu sinto-me frustrado, enganado…”, defende-se o filho de Carmo. “E tem todo o direito de se sentir assim, mas denunciar o Afonso é atirá-lo com toda a certeza para uma prisão em Marrocos, sem qualquer tipo de condições, à mercê de gente perigosa, sabe-se lá durante quantos anos… É isso que quer, nunca mais ver o seu pai?”, pergunta-lhe a senhora, de lágrimas nos olhos.
David engole em seco, hesitante e sempre com o telemóvel nas mãos. O inspetor acaba por atender. “Por favor, David, não faça isso!”, pede ela. Mas o rapaz recusa e volta-lhe novamente costas. De repente, ouve-se um estrondo. Volta-se e ela está caída no chão, desmaiada. Corre para ela, para a auxiliar, mas ela não acorda. O advogado acaba por desligar a chamada e telefona para o 112, pedindo uma ambulância. Pouco depois, Júlia é levada de urgência para o hospital e David desespera, sem saber como poderá contar a Vera e Maria Rita o que se passou com a avó, uma vez que elas estão em Barcelona e não há como regressarem de imediato a Portugal.