Diretamente de Valongo para a cozinha da SIC, Daniela da Silva já está a dar nas vistas, depois de, à segunda semana de programa, ter enfrentado o chef Ljubomir Stanisic. Ela tem mão para a pastelaria, mas também se safa nos salgados. Quem a conhece, destaca-lhe o foco com que sempre guiou a sua vida. “Desde pequenina que ela sempre foi muito focada. Sempre quis ser boa aluna e estudava muito”, conta a irmã, Andreia, à TvMais. O gosto pela cozinha surgiu por intermédio do pai e do avô Álvaro. “Eles gostavam muito de ir comer fora. A minha irmã acompanhava-os e sempre gostou. Desde pequenina, com 6, 7 anos, já ia com eles a Ponte de Lima, à Mealhada para almoçar, jantar”, recorda. Ainda em criança, Daniela passou por uma grande dor: a perda deste avô, com quem não só ia muitas vezes comer fora como também ao estádio ver os jogos do FC Porto. “Éramos muito pequeninas, a Daniela devia ter 8 ou 9 anos. E o meu avô morreu de doença prolongada. Fomo-nos muito abaixo, porque víamos a minha mãe a ir ao hospital para as visitas. Foi uma fase muito complicada”, lembra.
Poucos anos após a perda desta referência, as duas irmãs voltaram a passar por um tumulto, quando o casamento dos pais chegou ao fim. Algo que também deixou marcas, sobretudo em Daniela, “que era muito a menina do papá”. “Mas nós percebemos que assim era melhor, eles vieram ter connosco, disseram que se iam separar e nós aceitámos. Queríamos que eles estivessem bem”, diz Andreia, que não se esquece de que ao início foi mais complicado. “O nosso pai trabalha muito, anda sempre ao telemóvel, não pára quieto. E estávamos pouco tempo juntos, por causa do trabalho dele. Mas aprende-se a lidar com tudo, não ficam traumas”, completa.
A grande prova de fogo para a concorrente de “Hell’s Kitchen” chegaria mais tarde, tinha então 24 anos. E aí o processo foi bem mais complicado. “A Daniela esteve muito doente e sofreu muito. Perdeu muito peso, porque levou imenso tempo a descobrir o que teria. Foi tudo de repente”, explica a irmã da rapariga, que levou mais de um ano a descobrir o que tinha. “Foi uma altura má para ela. Os meus pais estavam muito preocupados. O meu pai ia com ela a um médico, a minha mãe a outro. Começaram a vê-la emagrecer imenso, do nada ficou esquelética, pálida, a ver-se os ossos”, prossegue. Até que um “médico salvador” descobriu o que se tratava. E o diagnóstico não foi bom: Daniela tinha um adenoma cancerígeno no sistema digestivo. “Teve também pólipos e por causa disso emagreceu. Mas ao descobrirem o que era, ela fez medicação e tratamentos. Felizmente, tudo correu bem. Há já algum tempo que não tem nada”, confidencia Andreia, que tem muito orgulho em afirmar que, mesmo perante esta desgraça, a irmã não baixou os braços e foi então que viu ainda mais programas de culinária, leu mais livros e o “bichinho” da cozinha a fez seguir em frente. Até que decidiu lançar a sua empresa de catering e doçaria. Hoje, faz entregas na zona do Grande Porto e tem em vista inaugurar uma loja para expor os seus produtos. Mas há outro sonho que alimenta: “Ela quer muito ir estudar para a Le Cordon Bleu em França, na vertente pastelaria. Só que aquilo é muito caro, para além das despesas de ter de lá viver. E também gostava muito de ter um programa de televisão”, diz. A verdade é que ainda hoje Daniela conjuga este seu negócio com o trabalho como gestora financeira na empresa do pai, que sempre a apoia em seguir novas aventuras. A participação no programa da SIC veio dar “mais um empurrãozinho” na concretização destes desejos.