Na tarde desta segunda-feira, 6 de abril, a Comissão dos Trabalhadores da RTP divulgou um comunicado em que faz críticas à forma como a estação pública está a gerir a crise causada pelo novo coronavírus. No texto, lê-se que estão confirmados quatro casos da Covid-19 entre trabalhadores, e que todos estão em quarentena:
“Um comunicado da RTP informou que há neste momento quatro colegas infetados com a Covid-19, todos em suas casas e todos, felizmente, com bom prognóstico. Trata-se de duas pessoas das Relações Institucionais, uma da Antena 2 e uma da rádio, esta a trabalhar no CPN. Relativamente aos três primeiros casos, ficamos também a saber que eram pessoas que já estavam em teletrabalho há algum tempo. Relativamente ao colega do CPN, por se encontrar a trabalhar nas instalações do Monte da Virgem, o diagnóstico obrigou a pôr de quarentena a restante equipa”.
Porém, o comunicado afirma que a política de equipas rotativas não tem funcionado da forma como deveria:
“Houve jornalistas que, ao voltarem, ficaram a trabalhar com uma equipa que também tinha estado em casa, mas com uma editora que vinha da quinzena anterior. Ao terem conhecimento destes justificados reparos dos jornalistas, os colegas da cenografia fizeram notar que, no seu caso, nem tinha havido equipa alguma em casa. Toda a equipa tinha trabalhado na primeira quinzena e continuava a trabalhar na segunda.”
A Comissão dos Trabalhadores também denuncia que faltam equipamentos de proteção para evitar a propagação do vírus:
“a régie é sempre um espaço pequeno para que o indispensável elemento da produção e o indispensável técnico de som possam manter as distâncias de segurança. Este problema talvez só possa enfrentar-se cumprindo escrupulosamente com o fornecimento de material de segurança a esses profissionais (…)
Às delegações de Bragança e Viana do Castelo, ainda não chegou qualquer material de proteção e às de Viseu e Castelo Branco só na semana passada chegou material. Um colega de uma delegação do norte teve de fazer dezenas de quilómetros para ir buscar três frascos de álcool que outro colega do CPN arranjou, uma vez que dos serviços centrais nada lhe foi enviado até ao momento.”