Foi durante a cobertura das eleições Presidenciais no Brasil que tudo aconteceu. Antes de entrar em direto para os noticiários da TVI, Judite Sousa teve um duro confronto de palavras com o colega, Ricardo Silva, operador de imagem que a acompanhou nos dias de trabalho passados no Rio de Janeiro e a quem foi tecendo vários elogios publicamente. A repórter queria mudar de local, pois alegava não conseguir abrir os olhos devido à intensa luminosidade. O vídeo foi divulgado pela CMTV e nele é perceptível toda a discussão que se gerou, bem como a posição da jornalista, que fez questão de frisar que quem mandava na equipa era ela, não Lisboa (referia-se a direção de Informação, da qual faz parte), apontando o indicador várias vezes. “Não estou a fazer birra, não consigo abrir os olhos… Tenho de fazer um direto num sítio em que consiga abrir os olhos, nem que seja na casa de banho”, apelou. Perante a resposta do colega, que afirmou que não conseguia “fazer melhor”, a diretora adjunta de Informação do canal de Queluz continuou. “Anda para ali debaixo da árvore… Desculpa, dá! Não voltas a fazer isso. Quem manda aqui sou eu! Quem manda na equipa sou eu, não é Lisboa. Tens de fazer aquilo que eu quero que tu faças e não é Lisboa que decide.”
Caso em investigação
A divulgação das imagens que nunca foram emitidas causou indignação na pivô do “Jornal das 8”, que reagiu com prontidão. “Considerando a gravidade de terem sido ‘roubadas’ imagens de uma conversa de trabalho normal entre uma jornalista e um repórter de imagem sobre o melhor local para se efetuar um direto (algo que não teria qualquer importância se a jornalista em questão não fosse a Judite Sousa, vá-se lá saber porquê), gostaria que soubessem por mim que tenho um problema de visão a que os oftalmologistas chamam fotofobia. Decorre dos níveis de vitamina A que se refletem na retina. Nestes casos, a exposição ocular à luz torna-se muito difícil. Por vezes, mesmo impossível. E agora, fiquem em paz.” Noutra publicação, feita no Facebook, Judite vai mesmo mais longe, fazendo acusações. “Só tenho mesmo que estar preocupada com quem me quer tramar na TVI. E isso agora vai ter de ser descoberto. Custe o que custar. A mim e à empresa que me contratou em 2011.” O que é certo é que a estação de Queluz chamou mesmo a Polícia Judiciária para que investigasse o caso, uma vez que se acredita terem saído da empresa as imagens que se tornaram virais.