Já com uma carreira sólida como manequim internacional, Paulo Pires foi convidado pela TV Globo em 1996 para fazer uma novela no Brasil. A proposta surpreendeu o ator que, 20 anos após a transmissão de “Salsa e Merengue” no nosso país, recorda o seu primeiro trabalho em televisão: “Tudo era estranho, porque nunca tinha estado no Brasil e, de repente, estava a contracenar com atores que costumava ver na TV, como a Laura Cardoso, a Arlete Salles, a Cristiana Oliveira e o Marcos Palmeira, entre outros”. A adaptação, contudo, não foi difícil, pois todos se revelaram bons colegas. “Tudo gente espetacular! Receberam-me muito bem e integraram-me de uma maneira muito simpática.”
Quando chegou ao Rio de Janeiro e começou os ensaios, levava uma vida pacata, pois ninguém o conhecia, contudo, recorda, mal a novela estreou, tudo mudou. “Tive de comprar uma bicicleta e deixei de andar em transportes públicos ou a pé no Calçadão. Sempre que me reconheciam metiam-se comigo, chamavam-me pelo nome da personagem, o Vasco.” Num país que idolatra os atores das novelas, Paulo Pires sentiu na pele o preço da fama e viveu momentos caricatos: “Cheguei a ir a um evento de helicóptero, rodeado de seguranças, como se fosse uma superestrela”, recorda a rir. “Outra vez, numa discoteca em Santos, chegaram a atirar-me sutiãs! Vinte anos depois tem graça, mas na altura nem percebi bem o que se passava.”
Paulo Pires recorda, “Chegaram a atirar-me sutiãs”
Em 1998, quando a TeleNovelas surgiu, a novela brasileira “Salsa e Merengue” fazia sucesso em Portugal. Paulo Pires integrava o elenco, conquistando o país-irmão.