A menopausa é um processo biológico natural que faz parte do envelhecimento. Corresponde à cessação da produção das hormonas sexuais femininas pelo ovário e assinala o fim da fertilidade. Pode ser confirmada após 12 meses consecutivos de ausência de menstruação. As alterações associadas à menopausa apresentam um importante impacto na vida da mulher a nível biológico, psicológico e social, influenciando como esta se vê ou é vista pela sociedade.
Muitas mulheres encaram a menopausa como uma perda: da juventude, sexualidade, oportunidades. Têm, assim, de lidar com as alterações fisiológicas e psicológicas inerentes a este processo. Inicialmente surgem alterações do ciclo menstrual, que podem iniciar-se de quatro a oito anos antes da menopausa. Inicialmente regista-se um encurtamento da periodicidade e a menstruação difere do padrão habitual no que respeita à duração e quantidade de fluxo. Posteriormente finda a menstruação.
AFRONTAMENTOS
Ocorrem com frequência sensações repentinas de calor (afrontamentos) na parte superior do tronco, pescoço e face e têm duração variável. Começam tipicamente por uma sensação súbita de calor, durante cerca de 2 a 4 minutos, associada frequentemente a suores noturnos.
São também frequentes as queixas de dificuldade em iniciar e manter o sono, com o acordar frequente durante a noite e o despertar cedo, tornando o sono não reparador. Verificam-se mudanças de humor e em alguns casos deterioração da memória e capacidade cognitiva.
RELAÇÕES SEXUAIS DOLOROSAS
Surgem queixas de secura, ardor e irritação vaginal, ausência de lubrificação, desconforto ou dor dificultando o ato sexual. Para além destes sintomas, podem aparecer alterações no comportamento sexual motivadas pela diminuição da libido e pela alteração da imagem corporal. Muitas mulheres referem problemas urinários com infeções recorrentes, retenção de líquidos ou aumento de peso. A incidência de doença cardiovascular aumenta consideravelmente, sendo a principal causa de morte na pós-menopausa.
NÃO É DOENÇA
A menopausa não é uma doença, no entanto, deve ser oferecido tratamento quando os sintomas têm um impacto significativo na qualidade de vida. A mudança no estilo de vida pode reduzir os sintomas e regular o metabolismo, prevenindo o aumento de peso e melhorando o humor.
Então, o que fazer?
Existem medidas (não farmacológicas) que podem ser feitas para aligeirar os afrontamentos, nomeadamente procurar um local fresco e calmo, ingerir uma bebida fresca, vestir-se em camadas para regular a temperatura, tomar duche ou banho com água tépida – resistindo à tentação de utilizar água fria, que, ao contrário do que se possa pensar, pode aumentar a temperatura corporal. Realizar exercício, de modo a regular e aumentar a energia e o humor. Se não houver melhoria com as medidas gerais, deve ser equacionado a introdução de tratamento hormonal (ou não hormonal) e mesmo tomar suplementos vitamínicos.
TRATAMENTO HORMONAL
As indicações do tratamento hormonal são os sintomas moderados a graves, alterações genitais e urinárias, assim como a prevenção da osteoporose na pós-menopausa, e continua a ser a terapêutica mais eficaz para o alívio destes sintomas. A opção por este tratamento deve ser uma decisão partilhada entre o médico e a mulher. Os benefícios e os riscos individuais devem constituir as bases da decisão.
A menopausa é um motivo adicional para não descurar os exames ginecológicos periódicos, que devem ser complementados com exames auxiliares de diagnóstico como avaliação analítica, ecografia ginecológica, mamografia e osteodensitometria. Compreender a menopausa e estabelecer estratégias que visam minorar os seus efeitos no dia a dia são fundamentais para melhorar a qualidade de vida da mulher, de modo a que esta se possa manter saudável, atraente e ativa nesta nova etapa.
ALIMENTAÇÃO
Recomenda-se a ingestão de alimentos ricos em ácidos gordos ómega 3 (peixe, ovos, nozes, amêndoas e sementes de chia), evitando-se alimentos pouco saudáveis (hidratos de carbono simples – como o açúcar –, pão branco e arroz branco). É ainda de evitar a ingestão de álcool e hábitos tabágicos, na medida em que interferem na metabolização das hormonas femininas.
SINTOMAS HABITUAIS
Flacidez da pele
Aumento de peso
Secura ocular
Comichão
Perda de autoestima
Depressão
Afrontamentos
Dores nas articulações
Secura vaginal
Diminuição da libido
Suores noturnos
Insónias
Ansiedade