O meu filho de 10 anos usa a bomba da asma. Pode fazer mal ao coração? Mariana, por e-mail
Em 2014, um estudo da Escola de Medicina e Saúde Pública da Universidade de Wisconsin demonstrou que a asma que requer medicação diária (também chamada de asma persistente) pode estar associada a um aumento de até 60% no risco de sofrer doença cardíaca, por exemplo, enfarte de miocárdio.
Esta conclusão foi alcançada tendo em conta outros fatores de risco conhecidos para doenças cardíacas, como o colesterol, a pressão arterial elevada, a idade, o sexo ou o tabagismo. E, mesmo assim, num estudo de acompanhamento durante dez anos, de pacientes com asma que precisavam de medicação todos os dias, continuou a existir um aumento de até 60% de sofrer um evento cardiovascular (ataque cardíaco ou outras doenças relacionadas).
Esta é uma das razões por que os médicos devem fazer todo o possível para controlar qualquer outro fator de risco cardiovascular modificável em pacientes com asma. Embora saibamos que a asma e as doenças cardíacas estão associadas ao aumento dos níveis de inflamação no organismo, ainda não sabemos se o aumento do risco de doença cardíaca é causado pela asma persistente e/ou pelos medicamentos usados para tratar a doença, ou se simplesmente compartilham uma causa inflamatória comum.
Nos jovens, a probabilidade de ter problemas cardíacos é remota, mas convém sempre prestar atenção e pensar que, no futuro, se não adotarem hábitos de vida saudáveis, terão na idade adulta um risco acrescido de sofrer de doença cardíaca.