Quando chega dezembro, as luzes invadem a cidade e as pessoas os centros comerciais. As conversas giram em torno de onde se vai passar a meia-noite este ano, o que é preciso comprar, o que se vai oferecer, entre outros aspetos.
O Natal é um período festivo, conhecido por reunir as famílias à volta da mesa. Mas a verdade é que nem todos sentem esta época desta forma por condicionantes e desafios da vida de cada um e a alegria dá lugar à tristeza e a sentimentos de vazio, solidão e insegurança. É nesta altura que muitas vezes surgem memórias de entes queridos que já partiram e lembranças de infância que originam sentimentos de tristeza, mágoa e melancolia.
A falta de bom convívio familiar, situações de desemprego, uma situação económica fragilizada e/ou o fim de uma relação são alguns dos principais motivos para um momento de vulnerabilidade e dor emocional.
É importante compreender que a depressão é uma doença biológica que afeta o cérebro e o corpo, não sendo apenas um mero mal-estar ou um estado de espírito passageiro. Esta precisa de ser corretamente diagnosticada e, consequentemente, receber tratamento especializado.
Esteja atenta
De acordo com alguns estudos, Portugal é o país da Europa com a taxa de depressão mais elevada. Estima-se que são diagnosticados 400 mil novos casos por ano, entre os 18 e os 65 anos. Ela tem tratamento cuja taxa de sucesso ronda os 70-80%. Sabe-se que um terço dos portugueses com depressão não estão a receber o devido tratamento e, por isso, o nosso papel enquanto sociedade deve ser o de estar atento a estas questões.
Como sei que preciso de ajuda?
1 • Sentimentos de tristeza persistentes (a maior parte dos dias, durante pelo menos duas semanas)
2 • Falta de prazer e/ou interesse em fazer atividades de que gostava e/ou que fazia regularmente
3 • Alteração do peso (perda ou aumento) e/ou perda de apetite
4 • Perda de energia e/ou fadiga
5 • Sentimentos de desvalorização ou culpa excessiva
6 • Dificuldade em concentrar-se e pensar e/ou muitos momentos de indecisão
7 • Alterações ao nível do sono
O que fazer?
1 Cuide de si! Mime-se, valorize-se e não se isole. Sei que por vezes a vontade não é muita (para não dizer nenhuma), mas é importante que contrarie essa situação. Rodeie-se daqueles de que gosta.
2 Faça mais exercício. A prática de atividade física liberta serotonina, a enzima da felicidade e prazer.
3 Contrarie os maus hábitos. O corpo leva quase um mês a deixar um hábito, seja uma rotina de sedentarismo, uma alimentação com níveis altos de açúcar ou mesmo o isolamento. Inscreva-se num novo hobby, faça caminhadas ou até voluntariado.
4 Evite locais de confusão. Se a ida aos centros comerciais são uma dor de cabeça, procure soluções alternativas como criar os seus próprios presentes de Natal em casa e/ou comprar online.
5Repense a sua alimentação. O seu estado emocional também é influenciado pela alimentação e vice-versa. Ao escolher os ingredientes e nutrientes adequados, poderá estimular a produção de serotonina, dopamina ou noradrenalina, que funcionam como tranquilizantes naturais, sendo agentes de motivação, boa disposição e energia.
6 Está triste? Sente-se sem forças? Não está a conseguir encontrar uma saída? Não faz mal. Reconhecer que não se está bem é um excelente ponto de partida! Procure ajuda ou peça a alguém que a ajude a encontrá-la.
7 Escreva sobre coisas felizes. Pense na sua vida, mas desta vez o desafio é mudar as “lentes”. Com calma e respeitando o seu tempo, sugiro-lhe que escreva sobre as suas conquistas, os momentos felizes pelos quais passou. O difícil não é impossível e eu sei que consegue fazê-lo! Força!
8 Seja uma prioridade. O que gosta de fazer e não tem feito? Quais são as atividades que lhe transmitem bem-estar? Muitas vezes, sempre que temos de fazer escolhas, tudo o que é para nós passa para segundo plano. Termos tempo para nós deve ser uma prioridade. Pense em atividades que a façam sorrir e transforme- -as em prioridades.
Se está a passar por um desafio destes procure ajuda. Já experimentou ACREDITAR em SI? Tente! Não faz ideia do que É CAPAZ!