Quando escrevo esta crónica “Júlia” lidera vezes seguidas as tardes da televisão em Portugal. Pode não liderar para sempre, que em televisão o incerto é o mais certo. Não tenho dúvida nenhuma que o registo
de Júlia Pinheiro é este.
É o que o espectador quer ver dela. Um lugar com tempo para conversar, olhos nos olhos, com histórias fortes cuidadosamente embrulhadas para despertar emoções a quem está do outro lado. Já o disse publicamente: quando Andreia Rodrigues conta a Júlia o que passou ao sofrer dois abortos foi um extraordinário momento televisivo acentuado pela generosidade de Júlia, que confessou que também ela passou pelo mesmo. É isto que o espectador quer
ver no ecrã àquela hora: emoção e proximidade.