Um furo ou o sobreaquecimento do pneu, seguido do rebentamento, terão sido a causa do despiste de Angélico Vieira na A1, a 25 de Junho. É o que consta no despacho do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Aveiro. Cinco meses depois do acidente o processo-crime é arquivado. O fim deste processo-crime não é o final de tudo. Há outras responsabilidades por apurar. Cíveis. As famílias de Hélio Filipe e de Armanda Leite poderão pedir indemnizações ao Fundo de Garantia Automóvel, e este reclamará, posteriormente, o dinheiro a quem de direito. Talvez à família de Angélico, por ser este quem conduzia o BMW 635D no momento do acidente. O despacho do DIAP de Aveiro refere que o actor conduzia a uma velocidade entre os 206 e os 237 km/h.
Mãe suspeita da assinatura?
Por as declarações de Filomena Vieira, mãe de Angélico, indiciarem factos “eventualmente integradores” de crimes previstos e punidos por lei – falsificação ou contrafação de documentos –, o Ministério Público de Vila do Conde recebeu uma certidão com declarações indiciadoras de falsificação da assinatura de Angélico Vieira na compra do BMW 635D. O documento cita Filomena Vieira, alegando que as assinaturas referentes à aquisição do automóvel “não são do seu filho”. Tudo isto será determinante para as indemnizações que venham a ser exigidas.
O acidente
Angélico Vieira morreu no Hospital de Santo António, no Porto, três dias depois do acidente (25 de Junho) que ocorreu ao km 258 da A1, no sentido Norte-Sul, pelas 3.15 h. Nessa noite, além do jovem cantor, o despiste causou a morte imediata a Hélio Filipe e deixou gravemente ferida Armanda Leite. Um outro ocupante do BMW, Hugo Pinto, sofreu apenas ferimentos ligeiros. As autoridades apuraram que o cantor conduzia com cinto de segurança e não foram encontrados vestígios de álcool ou estupefacientes no seu organismo.
Acidente em 2010 não comprometeu
O BMW 635D em que Angélico se despistou já tinha tido um primeiro acidente a 9 de Julho de 2010. Segundo a investigação, os danos que sofreu nesse primeiro acidente não comprometeram a segurança estrutural do veículo.
Armanda tetraplégica
Uma das ocupantes do BMW 635D era Armanda Leite. Tinha 17 anos e foi internada nessa noite no Hospital de Santo António, no Porto, com diversas lesões graves. Recentemente, foi transferida para o Centro de Medicina de Reabilitação da região Centro na Tocha, onde faz diversas terapias de recuperação.