É uma das questões sem resposta da investigação. Estranhamente, desapareceram os iPad de Angélico Vieira e de Hélio Van Dunen. E não há quem explique o que é que podem ter de tão especial… A tvmais apurou que quando saíram de Baiona, Espanha, o músico e os seus amigos trouxeram os aparelhos. Mas desde o momento do acidente que ninguém lhes põe a vista em cima. É certo que o despiste provocou um rasto de destroços com quase 2 km, mas se até os chinelos de Angélico foram encontrados, porque é que os iPad não aparecem? O que é que terão de tão especial? Quem é que tem assim tanto interesse em guardá-los? Que segredos podem conter? As famílias das vítimas já terão contactado as autoridades querendo recuperar os equipamentos, a própria GNR envidou diversos esforços para os encontrar e Hugo Pinto, o ocupante que escapou ileso do acidente, também não sabe explicar o que aconteceu aos iPad. É sabido que Angélico guardava ali maquetas musicais, fotos e outros detalhes da sua vida, mas será isso suficiente para alguém se ter apoderado deles de forma tão secreta?
O último dia
“O nosso último dia foi fantástico, estava um lindo dia de sol. Fomos à praia e ao início da noite jantámos numa esplanada”, contou Anita Costa, que acompanhou Angélico no seu último dia de vida. Já em Portugal, discutiram na estação de serviço da Póvoa do Varzim e o cantor deixou-a em Gaia. Anita pode ajudar a esclarecer se o jovem trazia (ou não) o iPad consigo. O que é que terão os iPad de tão especial?
Pneus
O piso de um dos pneus também desapareceu. A viatura já teve diversas moradas desde a noite do acidente. A GNR ainda não apurou quem (ou porquê) autorizou a remoção dos carros acidentados, antes dos especialistas do Núcleo de Investigação Criminal-Acidentes de Viação da GNR (NICAV) o terem autorizado.
Opel Corsa por explicar
Ainda não é conhecido o exacto momento em que o Opel Corsa (alugado) entrou na cena do acidente? Antes, durante, ou depois do despiste? Sabe-se que circulava no mesmo sentido e que apareceu batido no lado direito. “Senti alguma coisa a passar por baixo do carro, mas pensei que eram peças do carro”, disse Carlos Silva, condutor da viatura, ao “Correio da Manhã”. Sábado, 25 de Junho, 3.25 h, no sentido Porto-Lisboa da A1, seguia um BMW 635D, conduzido por Angélico Vieira e com Hugo Pinto (à frente). A menor Armanda Leite e Hélio Filipe, viajavam no banco de trás. Ao km 258, junto à saída para Estarreja, o cabriolet entrou em despiste e capotou. Segundo o comandante de Santa Maria da Feira, Manuel Neto, os bombeiros encontraram Angélico preso nos destroços do carro e inconsciente. A menor caída no chão e a terceira vítima (Hélio), projectada a 50 metros (atropelado?), já cadáver. Hugo saíu com ferimentos ligeiros e correu para as portagens (menos de 100m) a pedir socorro.
iPAD:
Dito numa linguagem simples, o iPad é um engenho entre telemóvel e o computador que faz as funções de ambos na perfeição. Pesa 613 gramas e tem uma espessura inferior a 9mm. A sua bateria dura mais de 10 horas e consegue estar um mês em modo de espera. A primeira geração foi lançada em Portugal a 30 de Novembro de 2010.
Contradições
1- “Saltou uma roda, e o Angélico só teve tempo de gritar para nos salvar”, contou, ao “Correio da Manhã” de 26 de Junho, Hugo Pinto, o ocupante que saiu ileso do acidente. “Erro mecânico no eixo da roda traseira do carro”, disse mais tarde o mesmo, à TVI, a 30 de Junho. Depois remeteu-se ao silêncio.
2- “Em princípio, não teriam cinto de segurança”, afirmou o tenente-coronel Rui Barreiros, da GNR, citado pelo “Diário de Notícias”, a 25 Junho. Nos dias seguintes, foi desmentido e desautorizado pelos bombeiros que acorreram ao acidente e pelo ocupante que sobreviveu quase ileso. “O Angélico levava cinto de segurança ao contrário do que dizem”, afirmou Hugo Pinto.
3- Num primeiro momento, Augusto Fernandes, dono do stand Auguscar, assumiu a propriedade do BMW 635D e por isso, no dia seguinte ao acidente, foi designado seu fiel depositário. Depois forneceu às autoridades os documentos em que Angélico, dias antes do acidente, apunha a sua assinatura adquirindo o bólide. A primeira vez que Augusto Fernandes viu o carro após o acidente foi já num parque da GNR, em Santa Maria da Feira, conforme explicou João Magalhães, advogado da Auguscar, à tvmais. Dali, o carro foi levado para uma outra zona da GNR, descampada. A pedido de Augusto Fernandes, o carro está agora num local protegido de intempéries que pudessem vir a deteriorar ou destruir evidências.