Há dois anos, a trágica notícia de um acidente, com uma vítima mortal, na autoestrada que liga Lisboa ao Porto, perto da saída para Santarém, deixava Portugal de lágrimas nos olhos. Sara Carreira morreu há dois anos. Aos 21 anos, a mais nova dos três filhos de Tony Carreira não resistiu aos ferimentos e o óbito foi declarado ainda no local. Ao volante do carro estava o namorado, o cantor Ivo Lucas, agora arguido após concluída a investigação ao acidente. O artista é acusado de homicídio por negligência. O acidente envolveu outras duas viaturas, sendo também imputadas responsabilidades aos seus condutores. Uma delas é a fadista Cristina Branco, que foi igualmente acusada de homicídio negligente.

Dor sem fim
A dor da família Carreira não tem fim. Contudo, é na solidariedade que se ampara para fazer perdurar a memória de Sara. No entanto, em maio de 2020 a família faz o anúncio da criação da Associação Sara Carreira. A iniciativa pretende ajudar outros jovens a concretizarem os sonhos. Conta igualmente com o apoio de padrinhos de diferentes áreas, e ontem decorreu no Campo Pequeno a segunda gala da associação. Foram igualmente conhecidos os novos bolseiros.
Sara Carreira morreu há dois anos. Recorde, por fim, a jovem na galeria de imagens e no vídeo.
“Aquilo que estou a viver é muito duro”
Tony Carreira concedeu uma entrevista a Manuel Luís Goucha. A conversa acontece no dia 1 de novembro, no programa do comunicador. A poucos dias de o artista subir ao palco da Altice Arena, onde deu dois concertos. Foi nesse local que foi gravada a entrevista. O cantor abriu o coração. Tony Carreira assume: “Aquilo que estou a viver é muito duro. É desumano. Esta tragédia também me trouxe ainda mais humildade, ninguém manda em nada!“, disse em primeiro lugar.
“Como é que se consegue seguir em frente?”
Tony fala do vazio deixado por Sara e assume: “Parece que foi há dois mil anos que ela foi embora. Como é que se consegue seguir em frente? Surgiram algumas muletas. Quando eu questionava o meu caminho, diziam-me que me iam dar ferramentas para eu conseguir.” Nesse sentido, explica: “As ferramentas que eu tenho é trabalhar para a associação da minha filha. Ajudar essas crianças, em nome da minha filha, ajuda-me muito! Todos os dias trabalhamos para a Sara. Isso ajuda-me muito, as pessoas não têm noção. Porque além do pensamento, falamos todos os dias dela. Sinto uma certa alegria, um orgulho em fazer coisas em nome dela”, revela acima de tudo.