Tony Carreira concedeu uma entrevista a Manuel Luís Goucha. A conversa foi emitida na tarde desta terça-feira, 1 de novembro, no programa do comunicador. O artista está a poucos dias de subir ao palco da Altice Arena, onde vai dar dois concertos. Foi nesse local que foi gravada a entrevista. O cantor abriu o coração. Tony Carreira assume: “Aquilo que estou a viver é muito duro. É desumano. Esta tragédia também me trouxe ainda mais humildade, ninguém manda em nada!“, disse em primeiro lugar. Recorde-se que Tony perdeu a filha mais nova, Sara Carreira, num acidente de viação, no dia 5 de dezembro de 2020.
“Há muita gente que passa por isto e não recebe o carinho que eu recebo. Agradeço às pessoas por isso.”, assume o cantor.

A viver um período de trevas desde a partida de Sara assume: “Não sei qual é o sentido da vida. Tenho uma convicção se houver mais alguma coisa além disto, passará por ser boa pessoa. Nunca acreditei que houvesse mais para além disto. Cheguei a falar disso com a minha filha. Ela acreditava nas energias. No dia de hoje quero acreditar, porque ajuda. Qual é o foco, se não acreditarmos em nada?”, questiona, por último.
Saudade sem fim
Tony fala do vazio deixado por Sara e assume: “Parece que foi há dois mil anos que ela foi embora. Como é que se consegue seguir em frente? Surgiram algumas muletas. Quando eu questionava o meu caminho, diziam-me que me iam dar ferramentas para eu conseguir.” Nesse sentido, explica: “As ferramentas que eu tenho é trabalhar para a associação da minha filha. Ajudar essas crianças, em nome da minha filha, ajuda-me muito! Todos os dias trabalhamos para a Sara. Isso ajuda-me muito, as pessoas não têm noção. Porque além do pensamento, falamos todos os dias dela. Sinto uma certa alegria, um orgulho em fazer coisas em nome dela”, revela acima de tudo.
“Ela está na minha cabeça a qualquer minuto da minha vida”
“Ela está na minha cabeça a qualquer minuto da minha vida. O ritual é sempre o mesmo. Todos os dias passeio a cadela dela, a Moly, 20 minutos, choro o que tenho de chorar. Depois vou para o escritório e faço o meu trabalho e o trabalho da Associação Sara Carreira”, conta sobre as suas rotinas diárias. Há outro ritual que não deixou de fazer: visitar o jazigo onde estão depositados os restos mortais da filha mais nova. “Continuo a ir ao cemitério, é um sítio de paz. Fisicamente é ali que ela está. O corpinho dela está ali. Falo com ela. Estou ali pouco tempo, só 5, 10 minutos”, assume, por fim.
Tony Carreira: “Aquilo que estou a viver é muito duro”. Veja a galeria de fotos do artista.