Recentemente Ana Moura anunciou uma novidade que pretende lançar para se tornar mais independente e próxima do público. Através de uma carta aberta, a fadista revelou: “Desde o início desta caminhada, a minha carreira tem sido gerida e trabalhada por entidades e pessoas que, de forma muito profissional e apaixonada, mediaram a minha relação com o público. Após muita reflexão, sinto neste momento uma necessidade de mudança para seguir um novo caminho que quero que seja mais directo entre mim e vocês e onde todos possam participar directamente em todos os aspetos da minha carreira.”
A artista não quer mais ter o seu trabalho intermediado por empresas ou agências: “Comecei a sentir que o caminho mais natural seria envolver as pessoas que sentem a minha música como delas a participarem em todos os aspectos da minha actividade como nos direitos das músicas, nas digressões e em tudo o que está por vir, que sempre sonhei realizar e que agora posso concretizar, porque há um novo mundo digital que possibilita esta relação direta convosco.”
A fadista explica que quer estar em contacto direto com os fãs através das redes sociais e não só: “Julgo ser uma das primeiras artistas musicais em todo o mundo a assumir que, em alguma medida, pretendo disponibilizar ao público, através das redes, todos os aspectos da minha carreira, criando uma relação direta que permita que todos partilhem do meu processo e sucesso, desde a concepção até aos possíveis resultados.”
O caminho escolhido por Ana Moura é uma novidade no mundo da tecnologia: um NFT. Os NFT’s são “tokens não fungíveis” que podem ser descritos como objetos virtuais (como uma imagem, foto, vídeo, música), porém são únicos: têm identidade, autenticidade e rastreabilidade através do sistema de blockchain (o mesmo usado para as criptomoedas). É como uma obra de arte digital – quem compra um NFT é dono daquela arte, assim como quem compra um Picasso é dono daquele quadro.
O formato está a ganhar notoriedade principalmente depois de o artista norte-americano Beeple ter vendido uma colagem digital em NFT por 58,6 milhões de euros no início de março. Ana Moura pretende emitir um NFT no final de abril: “Este NFT é uma criação minha, que parte da capa desse trabalho e no qual fiz uso de outros meios para exprimir, de forma mais completa, a minha visão que está completamente alinhada com o meu pensamento e que acredito que melhor representa a minha música.”