É de forma serena e para expor a sua experiência que Margarida Carpinteiro, 77 anos, revela, em exclusivo à nossa revista, que testou positivo ao novo coronavírus. “Por acaso já aconteceu, tive Covid… e correu muito bem”, começa por contar, acrescentando: “Tive, passou, graças a Deus, está tudo bem, agora é para a frente”. A veterana atriz não gosta de pensar no que viveu, mas esclarece que nunca chegou a ter febres altas. “O máximo que tive foi 37,1 e foi o médico que, à cautela, me mandou fazer o teste, estava de facto positiva”, afirma.
Algo que deixa Margarida Carpinteiro desiludida é a forma como muita gente olha para quem já esteve infetado. “Parece que estamos no tempo da lepra. Mas isto não é a lepra. Ao princípio até se dizia ‘ai, já teve?’. Ai o quê? Você está em casa os dias que lhe mandam e fica bem, acabou. E depois logo se vê! O que é que havemos de fazer? Aceitar e sobretudo ter muita, muita precaução. Eu tinha muita e mesmo assim…”, frisa, ela que não esconde algum pesar com o número de mortes que tem existido. “É importante não esquecer que há imensa gente a sofrer, que este país qualquer dia está sem velhos, que é uma coisa que me aflige. Angustia-me imenso a morte de pessoas idosas que chegam ao fim da vida e resta-lhes isto… E estão sozinhas. As dos lares, então, fazem-me muita impressão”, defende, ela que, mesmo tendo estado infetada, continua a ter todas as precauções. E já voltou ao trabalho. Em breve vamos poder vê-la na nova novela da SIC, “Amor, Amor”. E nem a doença a fez recusar o convite. “Não era por causa disto que ia deixar de trabalhar. Comigo não? E porquê? Depois vou pedir dinheiro emprestado para viver? Não sou mais do que as outras pessoas…”, finaliza.