
Desde o anúncio do regresso de Cristina Ferreira a Queluz de Baixo que muito se tem especulado sobre a relação desta com Nuno Santos. Se, por um lado, há quem defenda que se dão bem e os próprios chegaram a posar juntos, a verdade é que, segundo várias fontes, a ligação do diretor-geral e da diretora de Entretenimento e Ficção não é assim tão pacífica. “Há várias reuniões para discutir formatos em que ou está um ou está outro. É notório que existe uma espécie de luta pelo poder”, assegura-nos um profissional ligado à TVI. E, apesar de inicialmente ser muito ativo nas redes sociais, desde o início de setembro que a atividade de Nuno Santos diminuiu drasticamente.
No início do mês, quando Cristina Ferreira teve o seu primeiro programa no ar, a emissão especial de “Quer o Destino – Ao Vivo”, o diretor-geral não esteve presente nos bastidores da emissão e apenas publicou um agradecimento já no final da mesma. Já sobre o lançamento do renovado “Somos Portugal”, no dia seguinte, a 5 de setembro, e que teve como principal atração o novo “Camião do Ben”, Nuno Santos não fez qualquer referência. O mesmo aconteceu no que à estreia de “Big Brother – A Revolução” diz respeito. Em dia de arranque dos novos estúdios da Informação da TVI, o responsável máximo apenas partilhou imagens dos bastidores do “Jornal das 8”.
A 14 de setembro, dia escolhido para a estreia de “Amar Demais”, a nova aposta do canal na ficção, Cristina Ferreira não esteve presente no evento de apresentação à imprensa, por estar a gravar uma campanha publicitária, e só dois dias depois fez referência ao arranque da novela nas suas redes oficiais, algo que causou algum desconforto e estranheza. “Ela não ter ido foi de certa forma surpreendente. Enviou o João Patrício e o André Manso em sua representação, mas ninguém esperava que ela não fizesse qualquer tipo de publicidade à novela. Só dias depois é que começou a promovê-la. Há quem comente que o fez porque este não era um programa pensado por ela, mas herdado da direção anterior”, assegura-nos uma fonte.
A verdade é que, aquando a estreia de “Dia de Cristina”, Nuno Santos fez questão de fazer uma declaração sobre aquela que considerou “a figura mais relevante da televisão do nosso tempo” e esteve presente nos bastidores do formato, tendo, inclusivamente, falado à imprensa presente.
Apesar do desconforto entre os dois responsáveis, foi Nuno Santos quem anunciou, internamente, novas mudanças no organograma da empresa. Se, no início de setembro, as diferentes direções do grupo Media Capital reportavam sempre à Direção-Geral, três semanas depois o responsável máximo enviava um e-mail interno em que delegava ainda mais poder a Cristina Ferreira e também em Anselmo Crespo, diretor de Informação. “O nosso foco principal é a produção de conteúdos. Assim sendo, a nova diretora de Entretenimento e Ficção tem, a par da Direção de Informação, um papel central na Organização. A Cristina trabalha diretamente com as áreas Criativa, de Antena, Comercial, Conteúdos Digitais, Operações, Marketing e Comunicação, sem necessidade de intervenção funcional do diretor-geral nas tarefas quotidianas”, podia ler-se.
Também na mesma nota foi anunciada uma mudança nos cargos da equipa da nova responsável do canal. João Patrício passou a diretor-executivo e não diretor de Conteúdos, como inicialmente fora anunciado, e André Manso e Lurdes Guerreiro, até aqui diretor de Talentos e diretora de Produção, passaram a ser ambos diretores de Produção. Alterações que apanharam de surpresa quem por lá trabalha. “Com esta comunicação ficou bem patente que a Cristina é que, de facto, manda na TVI”, enaltece um profissional ligado ao canal.
Na entrevista que deu à Rádio Comercial, a estrela da TVI revelou que “já disse tudo a toda a gente, até aquilo que não devia dizer”. E não escondeu que não se arrepende de nada do que já proferiu, exemplificando: “Já disse assim descaradamente a algumas pessoas ‘não gosto de ti, não quero estar aqui contigo, não vou trabalhar contigo’. A pessoa ouviu, calou e continuou”. Este exemplo não foi em específico para ninguém, de acordo com que a nossa revista apurou, no entanto, segundo o jornal “Correio da Manhã” teria sido dito a Nuno Santos.