Desde que tornou o seu noivado com Meghan Markle oficial em novembro de 2017 que o príncipe Harry, 33 anos, é um outro homem: extrovertido, mais sorridente, sereno e cúmplice do seu povo. O amor pela atriz norte-americana, 36, mudou-o por completo e transformou-o na atual “joia da coroa” britânica. Numa visita do casal a Belfast, ficou bem visível este novo Harry, que dá a mão à noiva sem pudor e fala simpaticamente com quem os aguarda, ao mesmo tempo que transmite segurança a Meghan, que se estreou recentemente nas causas reais, mas que há muito está habituada aos holofotes. Não há qualquer vestígio do jovem impulsivo que chegou a fugir de compromissos oficiais e era considerado como o rebelde por oposição ao seu irmão William, pacato e com sentido do dever real bem definido desde cedo. Hoje, o filho mais novo de Diana e Carlos é um homem prestes a casar-se com a mulher que escolheu fora dos cânones habituais da monarquia, filantropo e rendido aos desígnios de quem nasce Windsor, encontrando-se em sexto na linha para a sucessão ao trono do Reino Unido.
TRAUMATIZADO E REBELDE
Longe vão os tempos conturbados na vida de um príncipe que ficou marcado pela tragédia quando perdeu a mãe, Diana, num acidente num túnel de Paris, em 1997. Tinha 12 anos e ficou devastado. A “Princesa do Povo”, como se imortalizou, era uma figura essencial para ele e William. Os momentos que se seguiram foram traumáticos. Harry teve de seguir atrás do caixão da mãe ao lado do irmão, do pai e do avô, o duque de Edimburgo, no cortejo fúnebre. Estava proibido de chorar, só o podia fazer em privado. “Não penso que se possa pedir isso a nenhuma criança sob qualquer circunstância”, disse numa entrevista à revista “Newsweek”.
Para ultrapassar os seus traumas teve de pedir ajuda psicológica, como revelou, pois estava à beira de um esgotamento. Até lá, a sua adolescência e início da idade adulta foram marcados pelos excessos. Fumava, bebia demais, nunca foi um aluno brilhante. Gostava de festas que duravam até de madrugada e chegou a ter confrontos com paparazzi nas suas saídas noturnas. Durante anos, Harry alimentou os tabloides com imagens como as de quando, aos 20 anos, usou um uniforme nazi numa festa ou surgiu nu quando se divertia em Las Vegas.
A mudança começou quando se alistou no Exército, onde chegou a capitão e esteve em missões militares no Afeganistão. Mais tarde, criou os “Invictus Game”, um acontecimento desportivo em que participam militares feridos ou doentes. Tornou-se também muito ligado à ajuda humanitária, tal como Diana. Só lhe faltava encontrar a princesa ideal, o que aconteceu quando conheceu Meghan, que, de acordo com fonte do Palácio de Kensington, “será uma força que o ajudará a definir o seu papel na monarquia”. Valeu a pena esperar!